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Carimbozeiros cobram ações do Iphan

Os grupos tradicionais de carimbó do Pará querem mais do que apenas o título de patrimônio cultural imaterial do Brasil. Almejam que as ações de salvaguarda para garantir apoio e valorização ao ritmo e aos mestres que vêm difundindo essa cultura, se concr

Os grupos tradicionais de carimbó do Pará querem mais do que apenas o título de patrimônio cultural imaterial do Brasil. Almejam que as ações de salvaguarda para garantir apoio e valorização ao ritmo e aos mestres que vêm difundindo essa cultura, se concretizem. Para isso, estão empenhados cada vez mais em se mobilizar, chamar a sociedade ao debate e cobrar dos governos que as ações comecem.

O primeiro passo, os grupos já deram: reuniram, na última sexta-feira, trinta representantes de quinze municípios que fazem parte desse movimento em várias regiões do Pará e que resultou no reconhecimento do carimbó como patrimônio cultural imaterial em setembro de 2014.

“A reunião foi para retomar as discussões da campanha do carimbó e pautar junto ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) as ações de salvaguarda. Para isso, precisamos elaborar um plano de ações para garantir apoio, valorização, proteção e difusão do carimbó. Agora é responsabilidade do Estado brasileiro proteger a manifestação e nosso papel é cobrar que as coisas aconteçam e entender como nós vamos participar. Só tem sentido se isso tudo acontecer com a participação ativa dos grupos e dos mestres do carimbó. Nós é que temos que dizer quais são as necessidades”, afirma Isaac Loureiro, um dos coordenadores da campanha que lutou para que o carimbó se tornasse patrimônio.

Os líderes discutiram questões relacionadas ao registro junto ao Iphan, como pendências e falta de informações sobre a documentação final do processo, e o descontentamento com o vídeo-documentário e dossiê apresentados para a conquista do título. “O registro aconteceu e está garantido, mas não tivemos acesso à versão final do dossiê e o vídeo que foi apresentado não nos agradou, pelo menos na versão mais curta que foi apresentada, porque os mestres não se reconheceram nele e não se sentem representados. Em se tratando de um vídeo institucional, de um instrumento de difusão que deveria servir de referência para que as pessoas saibam sobre o que é o carimbó e porque ele é patrimônio, precisa ser o mais fiel possível à realidade, abrangente, consistente e coerente, incluindo os grupos, caso contrário precisa ser refeito”, defende Isaac, que diz que a versão a mpliada deve ser entregue até março e será analisada pelos grupos.

Uma das decisões do grupo foi a realização do 1º Congresso Estadual da Campanha do Carimbó, que vai definir uma entidade representativa do carimbó paraense, transformando o grupo em uma organização formal, que possa fazer interlocução com órgãos de governo.

“Queremos nos organizar para cobrar o que define a lei. O ritmo virou patrimônio, mas precisa de garantias e queremos construir ações junto com Iphan, Ministério da Cultura e das outras esferas de governo. Sabemos que a responsabilidade não é só do governo federal, que o governo do Estado e as prefeitura dos municípios têm que assumir sua parcela e incluir políticas de valorização”.

E Isaac acredita que é só com organização que os grupos vão chegar lá. “Parece que não caiu a ficha e o título ainda não se transformou em ações concretas, políticas públicas. Mas sabemos que isso depende da nossa própria organização. Se a gente não gritar, não tem recurso e, sem ele, não tem salvaguarda, e aí vamos perder mais mestres e mais cultura”, afirma.

Sobre as críticas feitas pelo movimento aos documentos de registro do carimó e à falta de ações de salvaguarda, o DIÁRIO tentou ouvir o Iphan, mas recebeu a informação de que a superintendente do órgão no Pará, Doroteia Lima, estava em viagem de trabalho a Brasília.

(Diário do Pará)

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