Através de uma publicação no site oficial, a Secretaria-Geral da Presidência da República criticou a ação das tribos indígenas que ocupam as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, desde quinta-feira (2). Cerca de 200 índios permanecem no local em protesto contra a construção de barragens nos Rios Xingu, Tapajós e Teles Pires. Eles não pretendem sair da área.
O Governo Federal prometeu negociar com os manifestantes na presença da imprensa, apesar de a Justiça Estadual ter expulsado três profissionais da comunicação para impedir a cobertura jornalística da ocupação do canteiro de obras da usina.
Os índios reivindicam a regulamentação da consulta prévia e a suspensão imediata de todas as obras, além de exigência de estudos relacionados às barragens nos rios. Porém, o Governo considera o pedido como impossível. “A consulta prévia exige a realização anterior de estudos técnicos qualificados. Se essas autodenominadas lideranças não querem os estudos, como podem querer a consulta?”, questiona um trecho da nota.
Em contrapartida, os índios acusam as autoridades de perder o juízo. "O governo está completamente desesperado. Não sabe o que fazer com a gente. Nós estamos em seu canteiro e não iremos sair enquanto vocês não saírem das nossas aldeias", avisam os indígenas.
Na publicação no site, a Secretaria-Geral afirma que diversos indígenas estariam praticando garimpo ilegal na Bacia do Rio Tapajós, possuindo balsas que valem em torno de R$ 1 milhão. A Secretaria também acusa alguns indígenas de cobrar pedágio dos garimpeiros. A prática daria um lucro de R$ 40 mil por mês para permitir a extração ilegal de ouro na região.
As lideranças indígenas só aceitam negociar diretamente com um representante da Secretaria-Geral da Presidência da República. Para o Governo, a reivindicação causa estranheza. “Essas pretensas lideranças Munduruku têm feito propostas contraditórias e se conduzido sem a honestidade necessária a qualquer negociação”, critica.
O Governo Federal acusa os índios de sequestrar e ameaçar de morte nove funcionários da República, em outubro de 2012, durante um diálogo na aldeia Teles Pires. Já em fevereiro deste ano, um grupo foi a Brasília (DF), mas se recusou a fazer uma reunião com o ministro Gilberto Carvalho.
No dia 25 de abril deste ano, os índios tinham uma reunião marcada com as autoridades, mas os manifestantes não apareceram e o encontro não aconteceu. “Tudo indica que o boicote à reunião foi uma manobra, infelizmente baseada na má fé, por parte dos indígenas que se colocaram como representantes do povo Munduruku”.
(DOL)
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