A principal consequência de um pré-natal mal realizado é a falta de identificação de patologias que podem levar às mortes de mães e também de seus bebês. No Pará, assim como no restante do Brasil, as três principais causas de mortes entre grávidas são a hipertensão, as infecções e e as hemorragias.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), a eclampsia – doença específica da gravidez, caracterizada pela hipertensão arterial - responde por 30% das patologias maternas atendidas na Santa Casa de Misericórdia.
Os riscos de infecções, muito comuns na região Norte, devido à falta de saneamento básico, ocorrem quando o sistema imunológico da gestante está fragilizado.
A falta de diagnósticos e de tratamento de infecções no pré-natal pode levar a sangramentos e infecções generalizadas que ameaçam gestantes e crianças.
Adolescentes e mulheres em fase reprodutiva dos 20 aos 30 anos devem tomar mais cuidado. É nessa faixa etária que a mortalidade materna mais ocorre, em resposta à maior ocorrência de doenças que acompanham a gravidez.
Para evitar esses problemas, as gestantes não podem abrir mão de cuidados cruciais como exames laboratoriais de rotina e atenção a vacinas nas datas determinadas pelos médicos durante toda a gestação. “São esses cuidados que identificam se a gravidez é ou não de alto risco”, diz Quintairos.
VIDAS PERDIDAS
A estudante A.B.S, de 15 anos, perdeu a mãe quando tinha apenas alguns minutos de vida. A mãe da adolescente tinha 27 anos: estava em sua primeira gravidez e sentiu dores e tontura aos oito meses de gestação. Atendida às pressas em um hospital de Oeiras do Pará, onde morava, a grávida foi forçada a uma cesariana. Após o parto, entrou num quadro grave de eclampsia e morreu cerca de cinco minutos depois
do nascimento do bebê.
A filha ainda sente um nó na garganta pelo ocorrido. A voz treme ao falar da mãe que nunca conheceu. “Até hoje me sinto culpada pela morte da minha mãe. Fico imaginando como seria se ela estivesse aqui comigo”, chora a adolescente.
(Diário do Pará)
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