plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 32°
cotação atual R$


home
NOTÍCIAS PARÁ

Situação em Ulianópolis é preocupante, aponta MPE

A situação no município de Ulianópolis, sudeste do Estado, é cada vez mais preocupante de acordo com análise do Ministério Público do Estado. A cidade foi alvo de um dos mais danosos crimes ambientais já praticados contra a natureza no Pará, com graves re

A situação no município de Ulianópolis, sudeste do Estado, é cada vez mais preocupante de acordo com análise do Ministério Público do Estado. A cidade foi alvo de um dos mais danosos crimes ambientais já praticados contra a natureza no Pará, com graves repercussões para a flora, fauna, recursos hídricos e à saúde da população daquele município. Apesar de o primeiro relatório dando conta da situação ser datado de 2001, de lá pra cá a situação ainda é crítica.

As informações são da assessoria de comunicação do MPE-PA.

No último dia 3 de março, o procurador de Justiça do Ministério Público do Pará Nelson Medrado e o promotor de justiça titular de Ulianópolis, Arthur Melo, visitaram novamente a área. A visita contou com Tarcísio Feitosa, do Grupo de Apoio Técnico Interdisciplinar do Ministério Público e representantes do Instituto Evandro Chagas.

O grupo foi averiguar a situação em que o local se encontra nesse período chuvoso e percebeu que, com o passar do tempo, a situação se torna cada vez mais preocupante.

O relatório realizado há 14 anos pela Fundação Instituto Náutico Brasileiro (Inabra) já alertava o nível de perigo dos resíduos encontrados na área que tem um total de 982 hectares. Essas substâncias se misturam formando novos compostos possivelmente ainda mais danosos à saúde. Os resíduos industriais são oriundos de várias empresas, a maioria multinacionais e nacionais de grande porte. O material tóxico industrial começou a ser depositado no local quando a Companhia Brasileira de Bauxita (CBB) cessou as atividades de exploração do minério e criou a Usina de Passivos Ambientais (Uspam), que passava a se responsabilizar pela incineração dos resíduos industriais. O fato é que os resíduos encaminhados pelas empresas não receberam o tratamento adequado sendo despejados diretamente na natureza gerando graves danos ambientais.

Em 2015 o Ministério Público criou um grupo de atuação especial para acompanhar o caso e responsabilizar as empresas pelo despejo dos rejeitos.

A partir do trabalho desse grupo as empresas que enviavam lixo tóxico para Ulianópolis foram identificadas e, em dezembro de 2015, o MP ajuizou denúncias criminais contra 15 de um total de 17 empresas donas dos rejeitos. São elas: Petróleo Brasileiro S/A (Petrobras); Petrobras Transporte S/A (Transpetro); Mann+Hummel Brasil LTDA; Holld Meyer Indústria Química; Yadoya Insdústria e Comércio S/A; Showa do Brasil Ltda; Ifer da Amazônia Ltda; Grace Brasil Ltda (Grace Brasil); Cosan Combustível e Lubrificantes S/A; Brastemp da Amazônia S/A; Eletrobrás Termonuclear S/A (Eletronuclear); Brasilian Color Indústria de Tintas e Vernizes Ltda; BBC Industrial e Comercial Ltda; Águia Química Ltda; Agro Química Maringá S/A.

Quinze empresas já foram responsabilizadas pelo crime (Foto: Divulgação MPE)

Grupo monitora condição de saúde no local

O grupo de atuação especial do Ministério Público é composto pelo promotor de justiça titular de Ulianópolis, Arthur Melo, além dos promotores de justiça com atuação anterior no caso: Louise Rejane de Araújo Silva, Maria Cláudia Vitorino Gadelha, Márcio Maués de Farias e Brenda Ayan, e ainda do coordenador e promotor de justiça Auxiliar do Centro Operacional de Meio Ambiente, Nilton Gurjão e José Godofredo e da promotora de Justiça Sabrina Daibes. O grupo recebe ainda o apoio dos integrantes dos demais Centros de Apoio Operacionais (CAOS), do Núcleo de Improbidade, o procurador de justiça Nelson Medrado.

O grupo de atuação especial mantém contato constante com o Instituto Evandro Chagas e outras instituições técnicas (públicas e privadas), no interesse da causa, além de acompanhar o monitoramento da condição de saúde de ex-trabalhadores e moradores da área afetada.

A preocupação é que o raio de contaminação tome proporções incontroláveis uma vez que a região contaminada é considerada uma das maiores produtoras e exportadoras de grãos do Pará, sendo incontestável sua importância econômica para o Estado. Os grãos produzidos não são consumidos somente nessa região, pois ultrapassam as fronteiras paraenses. Além disso, a área contaminada fica localizada na região das nascentes do rio Gurupizinho, afluente do Rio Gurupi, que segue seu curso passando por propriedades rurais com atividades agropastoris com destaque para o milho que serve a população em uma comunidade próxima. O lixo tóxico foi despejado no interior de uma região coberta por floresta tropical, distante 15 km em linha reta do centro urbano de Ulianópolis. Danos à saúde

Até 2012, o Ministério Público constatou que moradores da cidade estavam utilizando os barris contaminados da área da CBB para utilizá-los como depósito de armazenamento de água para consumo próprio. Um termo de ajustamento de conduta assinado entre o MP e a prefeitura do município substituiu os tambores por caixas d’água a fim de que a contaminação não se espalhasse ainda mais. Antes disso, ex-trabalhadores da usina nem se davam conta de que já estavam contaminados.

A confirmação veio com o laudo médico do Instituto Evandro Chagas realizado em 2012 que atestou a presença de chumbo acima das taxas normais no organismo desses ex-trabalhadores. Diante do quadro de elevada gravidade e risco, o Ministério Público firmou termo de compromisso com Estado e prefeitura de Ulianópolis (01/06/15) visando levantamento geral da saúde da população, assim como, a organização de medidas assistenciais para pessoas expostas ou diagnosticadas como intoxicadas devido à contaminação

A contaminação é decorrente de substâncias químicas diversas como chumbo, resíduos de óleo contaminado, caulim contaminado, borra de tintas, amônia, tanques de combustível, embalagens de biocidas, lâmpadas florescentes, baterias, partes de placa de circuitos eletroeletrônicos, medicamentos diversos com prazo de validade vencidos, frascos de produtos químicos, dentre outros, formando um verdadeiro lixão tóxico contaminante e perigoso.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Notícias Pará

Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

Últimas Notícias