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População está revoltada com situação de ponte

Saco de farinha apoiado sobre os ombros, bolsas penduradas no antebraço, é sobre as pernas franzinas que a dona de casa Irene Macedo do Carmo se dirige para dar início à segunda parte da viagem de volta para casa. Passado o traslado de ônibus do centro de

Saco de farinha apoiado sobre os ombros, bolsas penduradas no antebraço, é sobre as pernas franzinas que a dona de casa Irene Macedo do Carmo se dirige para dar início à segunda parte da viagem de volta para casa. Passado o traslado de ônibus do centro de Belém até o quilômetro 48 da Alça Viária, o caminho até o município de Moju é interrompido pela ponte quebrada desde março deste ano. Como vem se repetindo desde o acidente, antes que se chegue à origem, é preciso descer e aguardar pelo momento em que será possível subir na balsa e atravessar o rio. “A gente já chega aqui com fome, cansada, mas tem que esperar a vez de entrar na balsa ainda”.

Acostumada a fazer o percurso pelo menos duas vezes por semana, o deslocamento da senhora de 65 anos já foi mais fácil. Antes que a enorme ponte de concreto se partisse após a colisão de uma balsa com um de seus pilares, o único transporte necessário para que Irene e outras centenas de pessoas se dirigissem até Belém era o rodoviário, descendo do ônibus apenas no destino final. Já há cinco meses da interdição da ponte, porém, os transtornos causados pela travessia improvisada continuam. “Agora a gente tem que sair de casa lá pelas 3h para não perder a primeira balsa, que sai 5h. Antes, quando tinha a ponte, a gente saía de casa lá pelas 6h”, rememora a dona de casa. “A gente fica penando todo o tempo para lá e para cá. Eu tenho fé que agilizem essa obra aí no próximo governo porque já tem muito tempo que isso aí ‘escangalhou’”.

Impossibilitados de seguir viagem pela ponte - que ainda hoje mantém os extensos pedaços da pista pendurados -, carros de passeio, caminhões, ônibus e motos se acumulam na beira do rio Moju à espera da travessia em uma das três balsas disponibilizadas. Sem conseguir fugir do tempo necessário para que a balsa se desloque até a margem, descarregue os veículos e vire de direção para receber os novos passageiros, o tempo decorrido para se chegar ao município que dá nome ao rio é multiplicado. “Algo que se resolvia em 5 minutos atravessando pela ponte agora leva até uma hora para ir de balsa”, comparava a vendedora Ligiane Bahia Silva, enquanto aguardava já há 30 minutos o momento em que poderia subir com a moto na balsa que faz a travessia do rio. “Nem todo tempo a gente pode atravessar porque tem as cargas perigosas, que devem ir sozinhas. Isso quando não dá problema na travessia porque a maré tá muito baixa ou porque a quantidade de carros para entrar não dá...”.

Improvisado desde o acidente, o espaço antes sem uso para o transporte de veículos oferece, hoje, apenas a estrutura de alguns banheiros químicos. Sentada sobre o banco de madeira de uma casa do local e sem qualquer proteção contra o sol, a espera de Ligiane todas as vezes que precisa atravessar o rio é tomada pela indignação. “Tá muito complicado pra gente. Essa situação aqui deveria ser prioridade pro governo, porque não abrange só a gente. Essa ponte dá acesso a mais de dez municípios e não só a Moju. As cargas todas vão para esses municípios por aqui”, chama a atenção. “Está todo mundo prejudicado e não estão fazendo o esforço que deveriam e é isso que não entra na cabeça do povo”.

Além dos problemas de transporte ocasionados pela demora no processo de reconstrução da parte da ponte que foi danificada, a vendedora que reside em Moju afirma que os efeitos da travessia improvisada são sentidos também em outros setores. “O custo de vida aumentou no município depois disso aí. A carne está mais cara, o frango está mais caro, os remédios estão mais caros, tudo aumentou”, aponta Ligiane. “Tudo é uma dificuldade.”

RESUMO

Uma balsa que transportava óleo atingiu um dos pilares de sustentação da ponte sobre o rio Moju em março deste ano. Com a colisão, um trecho de 60 metros da ponte caiu, ficando pendurado. Instalada entre Abaetetuba e Moju, no quilômetro 48 da Alça Viária, a ponte segue interditada e, desde então, o transporte de veículos e passageiros vem sendo feito por três balsas.

(Diário do Pará)

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