Pacientes sofrem com a falta de planejamento

O sufoco foi grande para quem precisou de atendimento no Pronto-Socorro Municipal do Guamá, na noite de ontem. Com superlotação, o hospital estava sem condições de atendimento aos pacientes que chegavam a todo instante. Os corredores estavam entupidos de macas e até de pessoas em pé aguardando a vez para serem atendidas e mal dava para se locomover entre os pacientes.

A garçonete Fabrícia Rosário desistiu do atendimento para a filha de oito anos, que chorava com dor de urina. Do lado de fora do PSM, ela reclamava da superlotação e da falta de médicos. “Isso aqui tá um caos, não tem nem como entrar. Tem um monte de crianças lá dentro chorando sem atendimento”, reclamou. Para piorar a situação, não havia pediatra no turno da noite, o que levou Fabrícia e outras mães a tentarem atendimento em outros hospitais.

A família do aposentado Josuel Pessoa, de 75 anos, também tentava transferir o paciente para outro hospital depois de esperar um dia inteiro por atendimento. O paciente chegou às 6h30 ao PSM com princípio de AVC (Acidente Vascular Cerebral), foi medicado e colocado em uma maca no chão.

Depois de muito reclamação da família, no início da tarde os enfermeiros passaram o idoso para uma cadeira de rodas velha e sem braço, segundo relatos dos filhos. O médico receitou uma ressonância magnética em caráter de urgência, mas às 19h30 o paciente continuava passando mal e sem realizar o exame. “Disseram que ele, sim, tinha que fazer o exame, mas que era pra gente esperar porque tinha muita gente. Se não podem atender por que não transferem o paciente?”, criticou a filha de Josuel, Josiele Pessoa.

(Diário do Pará)